Capítulo 1 {Mabi - Parte 4}
14:17
Já sabemos
tudo sobre o nome dela, mas, a história começa muito tempo antes do nome. Na
verdade, a história dela começou no Carnaval do ano de 2005 em pleno bloco
Cata-Corno nos jardins do Miguel Pereira Atlético Clube e, por motivos óbvios,
é também o início da minha história com a Renata.
A Renata
aparentava ser bem mais nova do que era, ela estava com 20, e eu, apesar de já
estar com 30 anos, também parecia mais novo. No início pensei que ela tivesse
uns 17 ou 18 anos e a achei um pouco metida...acho que é um pouco até hoje. A
questão da idade nem atrapalhava tanto, pois, sempre fui chamado de "papa
anjo", nem o fato dela ser uma suposta metida, pois, sempre fui incisivo
nos meus flertes, mas sim, a fama de ter um pai brabo. Sempre fui meio maluco,
mas, nunca fui de arrumar problemas, então, como na música, deixei ao destino,
deixei ao acaso...e ele cruzou nosso caminho naquela tarde de folia. No dia do
primeiro beijo eu estava andando nos jardins do clube quando vi uma rodinha de
meninas dançando e logo me dirigi até elas, pois conhecia algumas. Passei pelo
meio dessa roda e ao tentar sair quem parou na minha frente, me agarrou e deu
um beijo? Isso mesmo, a Renata. Não houve palavras, só um olhar. Ela jura que
isso é mentira, mas, eu também posso jurar que me lembro assim.
Não quero nem
levar a fama de conquistador e hoje agradeço por aquela menina bonita e pudica
ter tido seus 10 segundos de coragem de Carnaval. Hoje sei que ela nunca foi
metida, apenas muito tranquila e recatada. Ainda aproveitei bem aquele resto de
folia, mas, depois de alguns dias estávamos namorando. A coleira, a partir
dali, apertou o meu pescoço... para minha sorte!
Namoramos até o carnaval de 2009 quando
fizemos a nossa festa de noivado, até aí foram 4 anos de namoro e depois um de
noivado até nos casarmos em 10 de abril de 2010 onde começou uma certa pressão
em cima de nós. Seu pai falava:
--- Filho que
é bom, nada né?
Eu só dava um
sorriso.
--- Quero
conhecer um neto hein!
Não era tão
frequente, mas acontecia.
Eu e a Renata
até casarmos falávamos muito pouco sobre filhos e assim também o foi no começo
do casamento. Queríamos ter uma estabilidade financeira e até mesmo aproveitar
o casamento de uma outra forma, sair e viajar quando desse, fazer festas em
casa...isto é, aproveitar um pouco a vida. Eu já estava ficando um pouco mais
velho, mas, ela é 10 anos mais nova que eu, não precisávamos ter pressa.
Iríamos planejar tudo, faltava experiência, nenhum dos dois tinha contato com
crianças muito pequenas ou bebês para saber o que nos esperava. Tudo parecia
muito difícil. E o dinheiro? Conseguiríamos guardar? Nunca dava. Ora era porque
estávamos pagando uma viagem, ora porque estávamos pagando um aparelho
eletrônico; as vezes era algum problema relacionado ao trabalho dela, as vezes
com o meu, isto é, o dinheiro seria sempre um problema.
Sei que as
dificuldades sempre existiriam, mas, o desejo de ter filho estava aumentando.
Antes de nos casarmos pensávamos o mesmo sobre o casamento, não vai dar por
isso, não vai dar por aquilo, até que paramos com o medo, estudamos todos os
detalhes e "metemos a cara". Deu tudo certo! Com o fato de ter filhos
começamos a pensar o mesmo.
Meados de 2012
resolvemos que iriamos encarar essa também. Pobre não pode ter filho? Como
faziam os índios? Se desse algum problema sempre teríamos o apoio da família e
para tudo dá-se um jeito. Estava decidido!"

Fábio, 40 anos, veterinário apaixonado por gatos, atualmente se vê as voltas com as dores e delícias de ser ... PAI!
0 comentários